2013-06-12

Por Trás De Grandes Mulheres Sempre Existem Grandes Homens (Parte 1)


A criação e a evolução das personagens, pelo menos nos estágios iniciais, não foi assim tão tranquila quanto possa parecer. Várias pessoas estiveram envolvidas nesses processos, cada uma exercendo seu papel, de maior ou menor importância:

1) David Nasser (1917-1980):
 

Rio de Janeiro, Brasil, 1952. O jornal "Diário da Noite" estava com uma tiragem muito baixa e, apesar de ser parte dos "Diários Associados", seu proprietário, Assis Chateubriand, estava exercendo uma terrível pressão no sentido que as coisas melhorassem. Como um dos principais executivos do jornal, David Nasser apresentou a ideia sobre a estória de Giselle e decidiu tentar sua publicação em pequenos capítulos e em bases regulares, na forma de uma novela escrita.

Como naquela ocasião nunca tinha estado na França, Nasser pediu e contou com a cooperação de um de seus grandes amigos, o fotógrafo francês Jean Manzon (1915-1990), que passou a descrever como Paris aparentava na época e a informar os nomes de seus bairros, ruas e lugares que poderiam interessar a ele enquanto escrevia cada capítulo da saga de Giselle. Fugindo de uma guerra iminente, Jean Manzon mudou-se para o Brasil com 25 anos e trabalhou com Nasser na revista “O Cruzeiro”. Manzon voltou para a França somente em 1968 e contribuiu enormemente para a evolução do fotojornalismo no Brasil.

A estratégia de Nasser foi bem sucedida e as vendas do jornal aumentaram acima do esperado. Apesar do reconhecimento de seus esforços por Chateubriand, Nasser continuava trabalhando sem receber seus salários e, portanto, ele "ameaçou" o dono do jornal dizendo que mataria Giselle muito antes do previsto; fato que foi suficiente para que Chateubriand regularizasse a situação não só dele mas também de todos os demais colaboradores do jornal.

Além de ter sido jornalista e editor, Nasser foi também um compositor que teve canções gravadas por intérpretes tais como Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Carlos Galhardo, Aracy de Almeida e outros.

Jean Manzon:

2) José Alberto Gueiros:

Também foi colaborador de “O Cruzeiro” e em 1963 tornou-se um dos principais executivos da Editora Monterrey, fundada sete anos antes no Rio de Janeiro pelos sócios espanhóis Luis de Benito e Juan Fernandes Salmeron. Uma de suas primeiras ideias foi re-editar a estória de Giselle, desta vez no formato de livro de bolso com capa mole e impresso em papel-jornal. Se tão bem sucedida quanto anteriormente, essa estória poderia alavancar as vendas de uma nova coleção de livros de bolso focada somente em espionagem e investigação, fato que daria um bom impulso no próprio negócio da Monterrey.

Nasser aconselhou-o a não comprar os direitos da estória de Giselle porque considerava aquilo uma verdadeira merda, tal a forma desorganizada como foi escrita. Como o preço era bastante tentador, Gueiros não ouviu seu amigo; mas, de fato, teve que retrabalhar toda a estória dando sentido ao drama e reorganizando a aparição de certos personagens. O resultado final foi equivalente ao tamanho de 4 livros de bolso, os primeiros da coleção ZZ7, cujo número de estreia foi lançado em Março de 1964, portanto 12 anos após a publicação original da estória de Giselle concebida por Nasser.

   

O sucesso foi absolutamente descomunal pois a tiragem de cada edição chegou a 500.000 cópias. Domenico Leta, da distribuidora de revistas Fernando Chinaglia, ligou para Gueiros e disse: “Essa puta é uma vaca leiteira, está dando muito leite. Não podemos parar”. O editor explicou que Nasser havia concebido apenas aquilo, que ele estava no auge da carreira em “O Cruzeiro” e, portanto, convidá-lo para dar continuidade à estória estava fora de cogitação.

Gueiros foi “o cara” que encontrou a solução ao criar “a filha de Giselle” enquanto ainda escrevia o quarto e último livro da saga; e, consequentemente, seria correto afirmar que é ele o pai biológico de Brigitte Montfort. Além disso, ele escreveu as 5 primeiras aventuras de Brigitte, mas logo percebeu que aquilo passou a ser um grande problema para ele pois tinha que se dedicar quase 100% do tempo àquela atividade.

  

Desta vez a solução veio de seu sócio, Juan Fernandes Salmeron: ele sabia que na Espanha existiam vários escritores que adotaram pseudônimos de origem inglesa e que poderiam desenvolver a estória de um personagem que cresceu nos EUA e que tinha conexões com a CIA. Aliás, assim como na música, para fazer sucesso no Brasil naquela época era necessário fingir ser estrangeiro, preferencialmente inglês ou estadunidense.

Em uma viagem a Barcelona, Gueiros procurou a Editora Rolland que tinha um esquema com um exército desses escritores mencionados por Salmeron. Apesar de tratar-se de uma produção em massa, eles produziam estórias bem feitas, com riqueza de detalhes e convincentes. Foi assim que ele conheceu Antonio Vera Ramirez – cujo pseudônimo é Lou Carrigan – que se apaixonou imediatamente por Brigitte depois de ter ouvido um resumo do argumento.

Enquanto Ramirez se familiarizava com o cenário ao redor de Brigitte e começava a escrever suas primeiras estórias sobre ela, a recém-lançada coleção ZZ7, além das aventuras escritas pelo próprio Gueiros, foi recebendo estórias de outros autores e de outros personagens, sempre com o assunto dedicado à espionagem e investigação. A coleção ZZ7, portanto, não foi composta exclusivamente por livros sobre Giselle ou Brigitte Montfort.

3) J. F. Krakberg

A autoria das 5 primeiras aventuras de Brigitte na coleção ZZ7 é creditada a J. F. Krakberg. Algumas outras aventuras são narradas em primeira pessoa, seja por ela própria ou por outros personagens de seu relacionamento; por exemplo, John Pearson, oriundo da inteligência britânica e também conhecido como Mister Fantasma.

 

Considerando que, com exceção dos livros mencionados acima, não existam quaisquer outros de autoria de J. F. Krakberg e que não existam quaisquer imagens, notícias ou registros dele ou de sua família, infere-se que J. F. Krakberg seja um pseudônimo adotado por José Alberto Gueiros.

Continua na Parte 2

Fontes:
Fotos de David Nasser: Internet
Créditos foto de Jean Manzon: O Estado de São Paulo
Digitalizações de capas: Acervo próprio
Algumas digitalizações foram obtidas na Internet
Citações da reportagem de Gonçalo Junior para a Playboy de Março 2013



The Ones Behind Both Characters (1st Part)

The creation and evolution of the characters, at least in its early stages, were not as straightforward as it might seem. This is a summary of the role played by each one that engaged in these processes.

1) David Nasser (1917-1980)

Rio de Janeiro, Brazil, 1952. The newspaper "Diário da Noite" was not performing well and although it was used to make part of a conglomerate named "Diários Associados", its owner, Assis Chateubriand, was exerting a high pressure aiming that something be done in order to increase sales. As one of the newspaper main executives, David Nasser came with the idea of Giselle´s argument (as previously posted) and decided to try its publication in small chapters and on a regular basis.

As he had never been in France until that occasion, he asked and counted on the cooperation of one of his good friends, the French photographer Jean Manzon (1915-1990), who was used to describe details of how Paris looked like, to provide name of places, neighborhoods and all other information that Nasser may have needed to write each chapter of Giselle´s saga. Aiming to escape the imminent war, Jean Manzon moved to Brazil at the age of 25 and he worked with Nasser in a magazine named "O Cruzeiro". Manzon left Brazil back to France in 1968 only.

Nasser´s strategy has worked well and the newspaper sales were back in track. Although his efforts were recognized by Chateubriand, Nasser was still working without receiving his salary and, consequently, he threatened Chateubriand saying that he would kill Giselle in a very short time, i.e., too much before her death was scheduled. Chateubriand then was compelled to pay salaries and wages not only due to Nasser but also due to the other newspaper employees.

Apart of being journalist and editor, Nasser was also a music composer with recordings from many succesful Brazilian singers at that occasion.

Jean Manzon:


2) José Alberto Gueiros:

He was used to work for the "O Cruzeiro" magazine but in 1963 he became to be one of the main executives of the "Editora Monterrey" editors, founded seven years early in Rio de Janeiro by the Spanish partners Luis de Benito and Juan Fernandes Salmeron. One of his first ideas was to reedit the story of Giselle, this time in a format of pocket book with soft covers and newsprint. This story, he believed, could leverage the sales of a new pocket book collection focused on spionage and investigation, thus providing a new gas to Monterrey´s business.

Nasser advised him not to buy the rights of Giselle´s story because it was really a piece of shit, but Gueiros didn´t hear his friend even because the price was very tempting. In fact, Gueiros had to rewrite almost everything giving sense to the drama and better organizing the characters. The final result would fill the first four pocket books of the collection named ZZ7 and in March 1964, twelve years after its original publication, Monterrey released the edition #1.

   

Sales were astounding: each edition had 500,000 copies printed. The owner of the distribution company called Gueiros saying that a success like that could not be stopped, but he answered that David Nasser was busy and making money with other projects and, consequently, it was out of question to invite him to give continuity to the story.

Gueiros was the one who came with the solution by creating the daughter of Giselle while the 4th book was still being written and, consequently, it would be right to say that he is Brigitte´s biological father. Furthermore, he has also written the 5 first Brigitte´s adventures but this became to be a problem when he perceived he had to dedicate almost 100% of his time to this activity.

  
 
This time his partner Juan Fernandes Salmeron came with the solution: he knew that in Spain there were some writers that adopted English aliases and that could develop the story of a character that was raised in the US and was connected to the CIA. Gueiros travelled to Barcelona and met Antonio Vera Ramirez, one of the writers of "Editora Rolland", aka Lou Carrigan. After hearing Gueiros' summary of the argument, he immediately fell in love with Brigitte.

While Ramirez got more familiarized with the argument and start to write his first adventures about Brigitte, the released ZZ7 collection, apart of the adventures written by Gueiros himself, has been filled with stories of different characters from different authors always in the arena of spionage and investigation. The ZZ7 collection, consequently, was not comprised exclusively of books about Giselle or Brigitte Montfort.

3) J. F. Krakberg

The authorship of the first 5 Brigitte´s adventures in the ZZ7 collection is in the name of J. F. Krakberg. Some additional Brigitte´s adventures are first-person narratives, sometimes narrated by Brigitte Montfort herself or even by other characters of her relationship like John Pearson (aka Mister Phantom).

  

Considering that, except the above, there are no news of other books written by J. F. Krakberg and there are no news of other members of Krakberg´s family or any kind of its images or registrations, it is inferred that J. F. Krakberg is an alias adopted by José Alberto Gueiros.

To be continued...

Sources:
Photos of David Nasser: Internet
Photo of Jean Manzon: Credits to the newspaper O Estado de São Paulo
Cover scannings: Own collection
Some cover scannings obtained in the internet
Quotes from Gonçalo Junior´s article published in Brazilian Playboy, edition March 2013

2013-06-10

Conheça Giselle e Brigitte Montfort

Os “baby-boomers” não carecem de apresentação, mas as gerações X, Y e Z certamente não se arrependerão de conhecer estas duas personagens: Giselle, a espiã nua que abalou Paris e Brigitte, a filha de Giselle, também conhecida como a agente "Baby" da CIA.

Giselle:                                                                                                                 Brigitte:

Brigitte foi, e para muitos ainda é, a personagem mais apaixonante no mundo dos agentes secretos na opinião de milhares de leitores que devoravam suas aventuras a partir dos anos 60. Suas estórias foram contadas em aproximadamente 500 bolsilivros que a caracterizaram como a mais eficiente agente secreta de todos os tempos. Todavia, havia um segundo motivo, talvez até mais forte que as estórias, para toda essa paixão: as capas desses livrinhos sempre detalhavam sua beleza e feições absolutamente desejáveis, muitas vezes em poses sensuais e vestimentas íntimas. Numa época em que toda nudez era castigada, principalmente pela ditadura, aquilo era um colírio para os olhos de muitos marmanjos que acabaram desenvolvendo interesse pela leitura por julgarem o livro pela capa.

Os bolsilivros de Brigitte foram publicados durante três décadas no Brasil e grande parte da coleção também foi publicada na Espanha e em Portugal. Com exceção da introdução da primeira aventura de Brigitte que foi traduzida para o inglês por um entusiasta australiano, não se tem notícias que esses livros tenham sido disponibilizados em outro idioma que não seja o português e espanhol. Um dos objetivos deste blog, portanto, é divulgar as duas personagens pelo menos em inglês e quem sabe alguém se disponha a fazê-lo também em francês – e nesse caso as portas do blog estão, desde já, escancaradas.

Uma nova aventura de Brigitte era publicada a cada quinzena e o sucesso no Brasil foi tanto que muitas edições tiveram uma tiragem de 250.000 cópias. Apesar de sua estonteante beleza, Brigitte tornou-se a principal agente da CIA por méritos próprios: milionária, poliglota, com uma inteligência notável, sabia se disfarçar como ninguém, atirar com precisão e pilotar aviões, helicópteros ou qualquer outro tipo de veículo, mesmo aqueles fabricados atrás da cortina de ferro.

E sua mãe? Devia ser tão “foderosa” quanto, não?

Bem, Giselle era o oposto: não sabia como manusear uma arma e muito menos lutar artes marciais. Sua única arma era seu próprio corpo e ela não hesitava em usá-lo se esse fosse o caminho que a levasse a descobrir segredos dos nazistas, que durante a Segunda Guerra Mundial ocuparam seu país natal, a França. Sua estória, narrada nos primeiros quatro livros da coleção, incluía um alto índice de apelo sexual que representava um dos principais motivos para tanto sucesso num país e numa época em que ler era quase um privilégio. Outra razão, não menos importante, foi a divulgação pelos editores de que tratava-se de uma narrativa real que constava no diário de uma pessoa que era membro da Resistência Francesa, encontrado na mesma prisão onde sua dona vivera seus últimos dias. Os livros continham título em francês e até o nome do suposto tradutor, mas a imaginação por trás de todo esse bombástico conteúdo era totalmente brasileira.

  

As vendas estouraram. Atingiram um nível tão inesperado que tanto editores quanto distribuidores chegaram à conclusão que aquilo não podia parar. Mas tratava-se do diário de uma maquis fuzilada, isso não podia ser revertido e Giselle tinha que morrer no quarto livro, caso contrário os leitores perceberiam que tudo não passava de um engodo. A solução veio dos editores e não foi menos original: modificou-se o texto do último livro que ainda não havia sido impresso e nele, antes de ser fuzilada, Giselle revela seu maior segredo confessando à sua companheira de cárcere, Gabrièle Ladème, que antes do início dos conflitos ela namorara com um estrategista nazista chamado Fritz Bierrenbach de quem engravidara. Assim que dera a luz a uma menina, o pai a raptara e a enviara para familiares abastados que moravam em Nova Iorque e, portanto, fora da região de um iminente conflito. Conclui-se, dessa forma, que Brigitte tenha nascido no ano de 1938 ou, no máximo, em 1939.

Giselle faleceu na manhã de 15 de Março de 1944 sem ter tido a oportunidade de sequer ter dado uma olhada na sua filha. O nome Brigitte foi escolhido pelo pai que incluindo o sobrenome Montfort, batizou a menina Brigitte Montfort Bierrenbach. Foi esse detalhe que levou a inteligência francesa, anos depois, a descobrir que tratava-se da “filha de Giselle”. Ao contrário do que está divulgado pela internet, Brigitte não é filha de Paul Zingg. Giselle conheceu Zingg durante a ocupação, portanto após a deflagração do conflito. Zingg tornou-se o marido de Giselle e foi o homem a quem ela verdadeiramente amou.

Brigitte conseguiu a cidadania estadunidense quando atingiu a maioridade e formou-se em jornalismo pela Universidade de Columbia. Um dos mais importantes jornais da cidade de Nova Iorque, o “Morning News”, logo contratou a mais brilhante aluna daquela Universidade e é nessa condição que Brigitte estreia sua primeira aventura chamada “A Filha De Giselle No Caso Dos Discos Voadores” na qual ela nunca sequer havia empunhado uma arma.

 

Com esse argumento inicial foi lançada a que provavelmente é a mais extensa e contínua série de livros composta de aproximadamente 500 aventuras do mesmo personagem. Os editores, usando a mesma fórmula de sucesso, passaram a afirmar, então, que Brigitte era tão real quanto Giselle, como pode-se observar no prólogo dessa primeira aventura:

“Antes de Começar

A filha de Giselle, Brigitte Montfort, existe, em alguma parte do mundo, atuando sob outros nomes, em circunstâncias análogas às que são narradas agora neste livro. Sua verdadeira identidade, no entanto, deixa de ser esclarecida, por motivos bem plausíveis do Serviço Secreto.

Nas últimas páginas das memórias de Giselle, A Espiã Nua Que Abalou Paris, fica bem claro que a famosa heroína da Resistência Francesa, pouco antes de morrer fuzilada na prisão de Cherche Midi, na manhã de 15 de março de 1944, confessou à sua companheira de cárcere, Gabrièle Ladème, haver dado à luz uma filha, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial. O pai da criança — explicou Giselle — fora um alemão que a abandonara grávida, mas lhe raptara a menina logo ao nascer.

A famosa espiã morreu sem conhecer a própria filha, sem sequer saber do seu nome ou do seu paradeiro. Vinte anos depois, esta incógnita é revelada. A filha de Giselle surge nos Estados Unidos, bonita, elegante, corajosa e...

Bem, é melhor começar a ler a história.”


Fontes:
Digitalizações de posters: www.benicioilustrador.com.br/
Digitalizações de capas de livros: Acervo próprio
Foto: Membros dos Maquis em La Tresorerie (Domínio Público)




2013-06-07

Be Introduced to Giselle & Brigitte Montfort

You will never regret to be familiarized with these two spies: Giselle, the naked spy who shook Paris and her daughter Brigitte Montfort, the CIA´s agent aka "Baby":

Giselle:                                                                                                                Brigitte:

Some say Brigitte is the female version of James Bond for whom thousands of readers of her adventures felt in love in the '60s. While the texts of approximately 500 pocket books have characterized her as the all-time most efficient secret agent, their covers brought their beautiful and desirable image, sometimes in sexy poses.

Her pocket books have been published for three decades in Brazil and most part of the collection was also published in Spain and Portugal. There are no reports that these books have been translated into English and it is a pity that English readers never had access to their adventures. A new book was published on a fortnight basis and their success in Brazil was so much that 250,000 copies have been printed for most of each edition.

Besides its stunning beauty, Brigitte became the CIA´s spy nr. 1 due to its own merits: millionaire, with an intelligence above average, polyglot, she is considered the queen of disguise and she knows how to swim and shoot with speed and accuracy as well as to pilot airplanes, helicopters and any other type of vehicle even those manufactured outside the Western world.

If that is the daughter, what to say about the mother?

Giselle, on the other hand, was not able to handle a gun or fight martial arts. Her only weapon was her body and she has never hesitated to use it to gather secrets from Nazis during the occupation of France in the WWII. Her story, narrated in only 4 pocket books, includes a high level of sexual content. The other reason for its astounding success was the divulgation by editors that it was a true self narrative detailed on the diary of someone who fought in French Resistance and died in a prison by hands of a firing squad. Details like the supposed original title in French language as well as the name of the supposed translator into Portuguese have been included in the books, however the imagination behind this bombastic scenario came exclusively from the Brazilian editors.


Sales were in a so unpredictable level that, while the 3rd book was still being printed and the 4th being written, editors and distributors noticed that they should find a solution of continuity. Although Giselle died in the 4th book as originally foreseen, her major secret is also revealed: Upon giving birth to a baby, the father, a Nazi strategist called Fritz Bierrenbach, has kidnapped their daughter and took her to be raised by wealthy relatives living in New York. Therefore, Brigitte supposedly was born in 1938 or 1939.

Giselle died on March 15th, 1944 without having the opportunity to see her daughter. The name Brigitte has been chosen by her father who included the surname Montfort in her baptism: Brigitte Montfort Bierrenbach. This detail leaded the French Intelligence, many years later, to conclude that Brigitte was the daughter of Giselle.

Brigitte got the US citizenship at adult age and completed her education in the University of Columbia. She was used to work as a journalist for the "Morning News", one of the most important newspapers from NYC. In this condition Brigitte debuted his first adventure called "The Daughter Of Giselle In The Mistery Of The Flying Saucer" in which she had never even hold a weapon.

 

This was the overall argument that unleashed what is probably the world longest collection of books with approximately 500 adventures of the same character. Editors have adopted the previous formula for success by asserting that Brigitte was as real as Giselle. This is the prologue of this first adventure that has been translated into English by David J. Foster (or James Hopwood or any other of his aliases), an enthusiast of these series that lives in Melbourne, Australia and that owns the http://permissiontokill.com/:

“The Daughter of Giselle in 'The Mystery of the Flying Saucer'

Before Starting

The daughter of Giselle, Brigitte Montfort, exists, in some part of the world, acting under another name, in similar circumstances to the ones that are told now in this book. Her true identity, however, cannot be disclosed, so as not to jeopardize her work for the Secret Service.

In the last pages of Giselle's biography, The Naked Spy Who Shook Paris, it states clearly that the famous heroine of the French Resistance, before being arrested and shot at Cherche Midi prison, on the morning of 15 of March of 1944, confessed to her companion in jail, Gabriéle Ladème, that she had given birth to a daughter on the eve of World War II. The father of the child - Giselle explained - was a German who had abandoned her when she was pregnant, but later had the girl abducted.

The celebrity spy died without knowing her daughter - not even her name or her whereabouts.

Twenty years later, the daughter of Giselle appeared in the United States – pretty, elegant, courageous and…

Well, maybe it's better if you start reading the story.”


Sources:
Posters scannings: www.benicioilustrador.com.br/
Covers scannings: Own collection
Photo: Members of the Maquis in La Tresorerie (Public Domain)
Prologue translation: David J. Foster